Studio das Maravilhas

O ambiente assinado por Manoela Beneti na edição 2018 da Mostra Modernos Eternos foi batizado Studio das Maravilhas numa livre referência aos “Quartos de Maravilhas”, um dos precursores históricos dos atuais museus. Esses espaços de caráter histórico e exótico, guardavam elementos da flora, fauna, reino mineral e outros objetos de arte ou simplesmente excêntricos, muitos deles advindos do comércio com o Oriente que desembocava em Veneza durante a Era dos Descobrimentos entre os séculos XV e XVII.

Em sua criação contemporânea para um interior com esse espírito de viés histórico, a arquiteta o imaginou para alguém que se inspira e cria nesse lugar, daí o nome Studio, e se fundamenta numa proposta conectada à essencialidade da natureza e da arte no bem viver, passando por conceitos como identidade de quem habita, pertinência, ética, estética e singularidade.

Um instinto colecionista e intimista foi então abrigado em meio a um possível e desejado jardim, nesse interior permeado por inúmeras plantas, pedras, feras, obras de arte e design, imersos numa tonalidade rosa-alaranjada que remete à fugaz cor do entardecer no momento do pôr-do-sol. O resultado é uma profusão de elementos harmonizados, característica da exuberância da natureza, sem perder de vista a leveza que uma lógica ligada a essencialidade proporciona, lógica essa que é característica fundamental do trabalho da arquiteta.